O mundo corporativo, é o mundo das grandes empresas transnacionais, que vivem para vender e vender. Agora, com a internet, o mundo corporativo está cada vez mais ávido por lançar seus tentáculos sobre as pessoas, pois afinal, o grande sonho de todas elas têm finalmente se materializado.
O grande sonho das grandes empresas e das agências de publicidade a partir da década de noventa do século passado, começou a tomar forma a materializar-se, ou seja, tais empresas sempre desejaram penetrar a fundo na alma humana e descobrir tudo aquilo que pudesse alavancar as vendas de seus produtos. A internet por fim foi a chave que abriu o coração das pessoas, e tornou em realidade o sonho de toda grande empresa capitalista.
Assim sendo, o mundo corporativo desde o início da internet apóia, incentiva e se for necessário até populariza o uso da mesma, principalmente das ferramentas chamadas redes sociais, para desta forma, saber quem são e quais os valores de seus potenciais compradores.
Paula Sibilia, autora do livro ´´O Show do Eu`` diz que ´´ ao responder com suas próprias vozes às demandas de falar, escrever, postar fotos no mundo digital (...), os sujeitos não estariam mais que alimentando as vorazes engrenagens da sociedade industrial, que precisa saber para aperfeiçoas seus mecanismos``. E o mundo digital é o melhor campo de dados e informações criados até hoje, pois suas teias e redes ´´cobrem a totalidade do globo, e todas as fronteiras são facilmente ultrapássaveis para os olhares eletrônicos, mais habilidosos. Tudo é passível de ser monitorado; então, é bem provável que tudo termine sendo interceptado. A lógica da empresa contemporânea funciona com base na informação: os dados pessoais sobre gosto e preferências dos consumidores potenciais – presumivelmente privados – são portanto muito valiosos para os negócios orientados a públicos classificados em segmento de interesse, que têm no marketing direcionado sua ferramenta fundamental.
Por isto o mundo corporativo não tem interesse em dados pessoais tais como, dados bancários, financeiros e comerciais, eles estão interessados em desejos, preferências sexuais, materiais, religiosas, futebolisticas e quais valores éticos e morais as pessoas têm e dai por diante. São estas informações, que permitirão as grandes corporações , oferecerem o produto certo para determinado público ALVO.
Segundo Sibillia, vivemos a era dos novos confidentes, se antes a confidência era algo intra murus, religioso, envolta em segredo e que estava em busca de perdão, e por isto mesmo era algo sagrado, hoje a nova geração de confidentes é a geração para quem a confidência é um ato de conectar-se com muitos que têm a mesma confidência e que a coloca em um nível desestigmatizado, sem culpa, sem medo, sem pudor, onde tudo é possível falar e mostrar e por isto mesmo revelar as verdadeiras intenções humanas. A confidência antes ligada ao escondido, limitado e fechado, hoje, abre-se ao mundo ligando-se ao que é transparente, ilimitado e aberto.
E quanto ao uso da internet pelas igrejas evangélicas, concernente a pesquisar, selecionar e a conhecer as pessoas da nosssa sociedade pós-moderna em seus mais variados grupos e tribos, quer sejam urbanas ou não ?
O grande problema em pesquisar, selecionar e conhecer as pessoas desta maneira, principalmente em relação as questões espirituais é que o ser humano com influências pós-modernas, segundo Reinhold Niebuhr, tem seus ideais e valores construidos a partir de aspectos puramente materialistas e objetivos, que visam unicamente o seu bem estar, em uma perspectiva puramente hedonista, de satisfação dos seus próprios desejos. O ser humano atual, não costuma aceitar o seu próprio pecado, sua necessidade de arrependimento, o que lhe interessa, é sua cura interior, a solução de seus problemas financeiros e existenciais.
Assim sendo, ao olhar as preferências dos internautas relacionadas aos seus gostos, preferências, modo de viver, as igrejas infelizmente irão ´´produzir um produto religioso``, as religiões irão produzir um Evangelho, um Jesus, uma Igreja, uma Salvação, com propósitos que não se coadunam com o Querer de Deus ´´Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos de refrigério pela presença do Senhor``At.3:19, mas sim com o querer dos homens ´´Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos``Is.22:13.
Pois é assim, que o mundo corporativo usa a internet, procurando conhecer o que agrada as pessoas e não procurando saber o que realmente eles precisam. E infelizmente, é assim que uma parcela da igreja tem agido e continuará a agir mais ainda com a ´´ajuda`` da internet. Criando uma ´´igreja`` movida pelo desejo materialista das pessoas e filosoficamente apoiada no existencialismo e no relativismo dos tempos pós-modernos.
Para encerrar, volto ao título deste texto. Como o mundo corporativo usa a internet. As Igrejas devem imitá-lo?
Minha resposta, particular , é....
Kyrie Eleison remas. (Senhor tem misericórdia nós)
Abraço
Elias
Bibliografia
SIBILIA, Paula. O show do eu. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2008.
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