sábado, 24 de março de 2012

O ´´Culto``, o imitar e as crianças

As crianças, principalmente, aquelas abaixo dos 5 anos de idade, são abertas e altamente sensíveis pela imitação. Esta abertura e sensibilidade unem-se para reagir ao movimento advindo à criança.

O que é a imitação infantil?
É a reação da criança ao exemplo proveniente do mundo exterior, é a união de impressões que chegam ao próprio mundo da criança.

Questões básicas mais importantes sobre a imitação.
A criança vê ,e sem analisar crítica e conscientemente , repete o que está vendo.
A criança não é capaz de afastar-se do exemplo externo, ela ainda não tem o senso de antipatia totalmente despertado para analisar tudo o que acontece ao seu redor.

Por que a imitação, como procedimento de aprendizagem, é mais desejável do que o falar e o dirigir até aproximadamente os 5 anos?
  • Porque a imitação constitui um trabalho pedagógico e didático natural, espontâneo e não abstrato, ou seja, ele é totalmente oposto a utilização de questões; explicações; instruções fundamentadas no raciocínio lógico-abstrato. Entretanto,  a utilização destas metodologias bombardeiam a criança de tal maneira que elas se tornam aceleradas e precoces tanto verbal quanto comportamental. Assim, ao serem educadas pelo exemplo natural, não forçado,  as crianças através da imitação desenvolverão o hábito de serem pessoas com  iniciativas;
  • Porque a imitação  proporciona a criança seguir espontaneamente a liderança do adulto, sem que ela se sinta coagida, obrigada  para realizar qualquer atividade;
  • Porque a imitação torna-se um hábito e fortalece a atitude de respeito e confiança nas orientações dadas pelo adulto;
  • Porque a imitação conduz para uma aprendizagem de valores.


Níveis da imitação
1.      A criança vê e imita imediamente.
Este é o nível mais básico e elementar da imitação. A criança vê o adulto varrendo, por exemplo, um quintal, então ela pega a vassoura e imediatamente começa a varrer também. Neste nível a criança enxerga uma abundância de atividades ao seu redor e se interessa com entusiasmo por todas elas, assim sendo, quando  a criança não é obrigada a cumprir algo, ela inevitavelmente a imitará.

2.      A criança vê e mais tarde imita.
Neste nível, a criança repete o que viu e não executa na mesma hora, ela vai repetir o exemplo mais tarde. E, como a criança não é rígida, antes  é plástica,  quando ela espera algum tempo para repetir uma atividade  acaba por recriando, reinventando a atividade, vista anteriormente.

3.      A criança vê e gradualmente transforma-se.
Neste nível, presenciamos a forma mais sútil e poderosa da imitação. É quando a criança vai incorporando os exemplos a longo prazo. Ela vai  absorvendo os hábitos, comportamentos, humores dos adultos que acabarão por influencia-la a ser o adulto que  tornar-se-á. Esta imitação é muito sútil, pois é incorporado na criança os valores morais e espirituais da comunidade que ela se encontra. Portanto, o que a criança vê e imita irá metamorfose-á-la, se para o bem ou mal, isto irá depender daqueles que estão ao seu redor.

Considerações finais
1.    Que tipo de exemplo estamos dando para nossas crianças em nossas casas?  O que estamos falando?   Como estamos nos comportando?   Que tipo de sentimento estamos apresentando?   Que limites, quanto ao que elas veem nos aparelhos de telas, estamos colocando a elas?

2.      Como estamos planejando os ´´cultinhos`` de nossas igrejas, quanto ao que as crianças estão vendo? Os Professores e professoras são pessoas mais do que capacitadas academicamente, exemplos vivos de um Cristianismo, verdadeiramente bíblico?

3.      Qual é o nosso critério, quanto ao que as nossas crianças veem, escutam e presenciam em nossos cultos?  Não esqueça, que aquilo que a criança vê, ela imita, e isto a leva adaptar-se ao mundo exterior a partir daquilo que viu e a transformará inconscientemente naquilo que foi incorporado sem juízo de valor e discernimento bíblico.

4.      Como  lidamos com a influência das propagandas, que usam justamente do exemplo não forçado para que as crianças pela imitação se tornem consumidoras ativas? Enquanto profissionais do marketing, da publicidade, da psicologia se aprofundam nos estudos quanto as crianças do ponto de vista financeiro, o que temos feito do ponto de vista espiritual?

Abraço
Elias

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