Em tempos de sepultamento do atual modelo de ensino e de escola, é importante lembrar que, historicamente, ainda passarão alguns anos ou mesmo décadas para que definitivamente o hegemônico modelo de ensino e estrutura escolar, baseado principalmente no modelo industrial dos séculos XVIII e XIX, de escola e de sala de aula receba as últimas pás de terra, que simbolicamente decretarão o seu fim.
Enquanto isto não acontece, é fundamental que professores tomem consciência de como podem fazer uso de ´´tecnologias`` que ainda estão em suas mãos para trabalharem de uma maneira mais próxima àquela relacionada ao perfil do aluno que há nas escolas atualmente.
Neste artigo, tecnologia é caracterizada como ´´Formas, atitudes, práticas didáticas e não somente ferramentas, meios tecnológicos que servem para transmitir informação e construir conhecimento abstrato para os alunos``.
Um ponto importante a destacar é o perfil do aluno da escola atual, que em relação a vinte, trinta anos atrás, não são os mesmos em todos os sentidos imagináveis ou mesmo naqueles que não se podem imaginar. Assim como não são as mesmas famílias, igrejas ou outras instituições que ajudam na formação da sociedade. Embora isto seja algo conhecido, é interessante frisar estas modificações para que o argumento a seguir, não fique como que no ar.
A maioria dos alunos das escolas de vinte, trinta, quarenta anos atrás, por exemplo, vivia em um ambiente familiar diferente deste que se vive hoje, sem entrar em questões de juízo de valor... Sabe-se que mudando o padrão, a estrutura familiar muda a cosmovisão e o comportamento dos filhos; por exemplo: uma família nuclear, composta de pai, mãe e filhos de um único enlace matrimonial, realizado em uma igreja, transmite um certo tipo de padrão e valores diferentes daquele de uma família composta de dois adultos do mesmo sexo, que se casaram somente na chamada união civil e que criam seus filhos com outros padrões e valores. A questão aqui, não é do certo ou errado, é sobre como deverá ser organizada a prática docente, quando a questão são padrões e valores, que outrora eram praticamente únicos e agora há uma multiplicidade deles, com os quais um único professor deve trabalhar, procurando não desagradar e nem ferir ´´os direitos`` dos diversos tipos de família, representado na escola. Por incrível que pareça, isto influencia muito no trabalho dentro da salade aula.
Outro ponto, é que os alunos das escolas, até os anos 70, no século passado, cresceram distante da televisão, dos videos games e dos computadores. A televisão ainda engatinhava, quanto ao acesso de todas pessoas, e mesmo quem já a possuia, para as crianças haviam outros atrativos, como: ruas quase sem tráfego de automóveis, terrenos baldios, campinhos de futebol, que atraíam muito mais do que a televisão. Em que sentido, este tipo ou estilo de vida, tornava a criança diferente desta de hoje? As crianças não eram mais ´´santas`` do que estas dos dias atuais, elas corriam muito, brigavam e colocavam apelidos pejorativos umas nas outras (o famoso bulling atual) e etc... Porém, o modelo de criação familiar, a maior convivência com a vizinhança, a estrutura organizacional e comportamental das igrejas, os tipos de brincadeiras de roda e em grupo, o relacionamento hierarquico relacionada aos mais ´´velhos``, afetavam direta ou mesmo indiretamente o trabalho em sala de aula. Principalmente, no que diz respeito ao que os pais, crianças e até mesmo professores entendiam como Autoridade do Docente e dever do aluno. As leis que surgiram posteriormente, como por exemplo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) somente vieram corroborar as mudanças pelas quais a sociedade passou, a partir desta época.
Na década de oitenta, com o aumento ostensivo da criminalidade, por fatores diversos; a maior facilidade de adquirir o aparelho de televisão e a chegada dos primeiros modelos de vídeo games, as crianças começam a abandonar o ambiente que estão acostumadas e passam a ficar trancafiadas dentro das casas, incluindo a diminuição no número de irmãos, que as crianças passam a ter... Tudo isto e muito mais, acaba repercutindo em sala de aula.
Se inicia as dificuldades das crianças, tais como: a cordenação motora, tanto fina quanto grossa, que repercutirá como consequência na alfabetização e no aprendizado da matemática; um comportamento mais agressivo, agitado, desatento, competitivo, individualista, não participativo, entre outros acaba refletindo em sala de aula, fazendo com que o professor, tenha uma idéia clara das mudanças pelas quais seus alunos e a sociedade estão passando, ou mesmo chegue a procurar tratamentos para doenças psicossomáticas, que atingem cada vez mais os profissionais da educação.
Portanto, como trabalhar em um ambiente, como a sala de aula? Entendendo que aqueles que estão ali, na sua grande maioria, são muito agitados, ou seja, falta-lhes a capacidade de concentração e de atenção, neste caso, agitação física é menos importante. Um dos fatores que mais preocupa aos docentes é a agitação mental dos alunos, que é resultado de muitas horas em frente à televisão, video games e computadores, onde não conseguem ter tranquilidade mental ,nem por alguns instantes afim de ter concentração em um aprendizado realmente importante para desenvolvimento global deles.
Finalizando esta introdução, é bom lembrar que as crianças, até a década de 70, principalmente aquelas atendidas por escola pública, não tinham as melhores escolas ou conteúdos, pois entre as décadas de sessenta e setenta, a escola foi muito mais usada como um aparelho ideológico e por isto mesmo seus problemas eram mais relacionados aos aspectos direcionais dos mesmos, que vinham de cima para baixo, da ideologia político-partidária para a prática comportamental. O que possivelmente contribuiu para os problemas nas décadas seguintes. Contudo este texto, não tem por propósito analisar esta conjectura, que é importante, porém por hora, voltemos ao propósito inicial.
Assim sendo, as práticas e atitudes aqui inseridas serão colocadas como tecnologias apropriadas para o desenvolvimento salutar das crianças. Na escola, há fundamento na compreensão de que o individuo é um ser formado de corpo - alma e espírito. E, por isto mesmo as ´´tecnologias`` aqui propostas, tem como objetivo um trabalho integral do ser humano, preocupando-se com o seu desenvolvimento biológico-fisiológico, assim como psicológico e espiritual, tendo a Bíblia Sagrada como base para o desenvolvimento destes últimos.
Como trabalhar na sala de aula, entre os 4 e os 6, 7 anos
Na faixa etária até os 6 - 7 anos, o professor em sala de aula é o grande padrão, pelo qual as crianças irão se modelar. A aprendizagem é praticamente relacionada com a imitação. O professor deve propiciar às crianças um ambiente que reflete o doméstico, onde a cor do ambiente, a disposição do mobiliário seja o mais apropriado possível para a idade. O ritmo deve ser trabalhado, os brinquedos devem auxiliar na imaginação, ou seja, os mais rústicos. As brincadeiras devem ser dirigidas para a cooperação, muita brincadeira de roda, muitas histórias devem ser inseridas em horários apropriados, intercalando momentos de inspiração e expiração, o trabalho manual deve ser introduzido de maneira muito rudimentar; ter contato com a terra, plantas são importantes. Nesta idade, acontece o início na preparação de alimentos, mas lembrando que nesta faixa etária, é necessario implantar um ambiente onde o ritmo controla todas as atividades e que seja praticado o respeito entre todos dos docentes até os discentes.
Para aprofundar mais sobre o ritmo e o brincar nesta faixa etária, colocarei algumas informações, trabalhadas em sala de aula, na disciplina de Didática.
Ritmo e Brincar
Nos dias atuais, quase não temos consciência do que acontece em nós ou sucede ao nosso redor... E, uma delas é o ritmo. Não podemos confundir ritmo com mero passar de horas, em uma rotina previsível e repetitiva, isto não é ritmo. Ele permite a relação das partes com o todo, por exemplo; a criança ao chegar na igreja deve ter um momento de aproximação do Sagrado, que ligar-se-á a outros momentos diferentes, porém que se completam, como no caso do expirar e inspirar. Outra característica do ritmo é presença de pausas; como exemplo, a vivência diária do sono: acordar,dormir e acordar de novo.
O ritmo está presente em nosso viver diário, semanal, mensal e anual, além destes ´´tipos de ritmos`` existe também o ritmo biológico, que permite-nos viver sem pararmos para pensar que há uma relação entre o nosso respirar e as batidas de nosso coração,por exemplo. ( 1X4; 1 respiração por 4 batidas cardiacas).
Portanto, educador deve aprender como adequar melhor o horário para as atividades no ritmo de suas aulas, não esquecendo de articular sempre frio com quente, parado com movimentado, respirar com inspirar, reflexivo com agitado, individual com grupal, etc.. ´´ Só existe ritmo quando há alternância de características`` (Lameirão, p.35, 2007).
O ritmo não é algo rígido, o professor deve ser atento e criativo, para perceber o momento da criança experimentar uma atividade impregnada de respirar, diferente da que ela já está fazendo. Por exemplo, quando o educador está trabalhando, por algum tempo, uma poesia recitada, ele pode modificá-la, se a recitação era sem gestos, então podem ser introduzidos. Como vemos, o poema mudou em conteúdo e forma, mas continuou sendo uma atividade impregnada de respirar.
``A brincadeira é a maior expressão do desenvolvimento humano na infância, pois é a expressão livre do que vai na alma da criança´´ (Friedrich Froebel)
Alguém disse, certa vez, que a atividade mais séria da criança é o brincar. Ela é levada pela brincadeira a explorar o mundo com todos os seus sentidos e assim desenvolver as primeiras noções de espaço, tempo, textura, temperatura, forma, equilíbrio, além de exercitar a imaginação, criatividade, sociabilidade, concentração, persistência, cooperação, sensibilidade visual e auditiva, trabalhar com situações e pessoas difíceis. Por isto as crianças interpretam o brincar como uma exploração, resolução de problemas, descobertas, investigações, fazer e fazer, imprevisibilidade, descoberta de si mesmo, aprender a conviver com outros, etc...Alguns estudos neurofisiológicos relatam que a formação do cérebro e a ampliação do número de sinapses (conexões nervosas) são estimuladas pelo processo natural de brincar.
Segundo Kishimoto, pesquisadora da USP e autora de diversos livros, ´´a criança procura o jogo como uma necessidade e não como uma distração...(...) é pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinaçãoes boas ou más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo o que ela traz latente no seu eu em formação.
Infelizmente, para muitos adultos a palavra brincar significa relaxamento, bagunça e nada de trabalho. Para eles, aprender é trabalho duro e sério, quanto mais rápido a criança aprender, melhor. Porém, tudo o que é imposto, trabalhado sobre pressão, é uma perda de tempo em relação a criança e isto a encorajará a ser preguiçosa e comodista.
E, atualmente os adultos através de sua visão erronea de mundo e com suas invenções tem levado as crianças brinquedos que vão ao oposto do que temos visto até aqui.
Segundo Rubens Alves, brinquedo para ser brinquedo, tem de ser um desafio! Há brinquedos que são desafios ao corpo, a força, a habilidade e a paciência; há outros, que são desafios à inteligência. A inteligência gosta de brincar! Brincando, a criança salta e fica mais inteligente, e se não encontra desafios ela fica preguiçosa e emburrecida.
Como trabalhar na sala de aula, a partir dos 6-7 anos
O professor deve continuar a propiciar um ambiente onde tudo seja organizado a partir do ritmo, que além de acalmar as crianças e lhes dar uma noção de que há um tempo para tudo, possibilita a facilidade para aprender através da repetição diária, semanal, mensal e anual. Portanto, a aula deve continuar seguindo uma respiração, de inspiração e expiração. A autoridade do professor deve se basear não somente pelo domínio de conteúdo, mas pelo amor, cuidado e controle em sala de aula. Os alunos de temperamentos parecidos devem se sentar mais próximos para evitar que o colérico sufoque o melancólico, para que o sanguineo não faça desaparecer o fleumático e para que aqueles que são mais vagarosos, calados, cansem-se de seu estado comportamental.
No segundo setênio, a personalidade da criança se desvenda através dos sentimentos. Neste período, se desenvolve a assimilação e a memória. Todo ensino nessa fase, deve apelar à fantasia criadora, ao manancial de forças sentimentais, sem exageros, trazendo de forma viva os conteúdos necessários e pertinentes a essa époc a. Mas como? Trazendo informações sobre os sentimentos que envolvem cada uma das personagens relacionados ao que está sendo ensinado. De outra forma, abstrações e conceitos sem vida, correm o risco de arrefecer os sentimentos, e até de ressecá-los. Isso significa que devemos engajar, envolver a criança, aproveitando sua fase sentimental. Afirma-se que ela quer aprender por meio de imagens – o que podemos entender como uma atitude estética.
Isso não equivaleria dizer que vá apreciar tudo e se interessar por todas as coisas apresentadas a ela, mas que é assim, provavelmente, que a alma vai se movimentando nessa época, alternando-se entre simpatia e antipatia. Por isso mesmo, tudo deveria estar permeado por emoções!
A vivência da estética e do belo é importante e deveriam ser cultivados especialmente nesse setênio, através de atividades artísticas e artesanais. É um fazer concreto que, contendo a busca da estética, estimula diretamente o sistema rítmico (coração e pulmões), tornando-se um grande sanador, que ocupa o desenvolvimento nesse período. Este segundo setênio, se desenvolve em 3 fases e em sua última, logo após os doze anos, precisamos estar atentos ao ´´nascimento`` da autoconsciência (ainda que em seus primórdios), que irá capacitar o jovem para uma série de outros aprendizados.
Desponta com maior intensidade o proprio raciocínio; o intelecto começa a captar leis e abstrações com maior facilidade. Tudo se torna mais objetivo. Esse é o momento de se iniciar o ensino de forma mais abstrata – sempre com o cuidado de se passar dos fenômenos para as leis abstratas lentamente. Assim a Bíblia que, antes, devia ser apresentada apenas em cenas características e até num tom mais lúdico, aqui já pode seguir princípios mais intelectuais e categorizados, como por exemplo: Soteriologia, Bibliologia,Justificação,Escatologia, etc.... As composições e redações próprias só deveriam ser exigidas a partir dos doze anos. Acompanhando o desenvolvimento da faculdade do sentir, chega-se ao despertar da sexualidade, que deveria ocorrer ao redor dos catorze anos. Espera-se que esse processo se desenvolva normalmente como os outros, sem que exija maiores orientações.Quando os sentimentos forem desenvolvidos de forma harmoniosa, então a consciência do próprio corpo se despertará
Ainda no segundo setênio, os costumes se fixam, como por exemplo, os hábitos alimentares, higiênicos, de orar – entre outros – também como hábitos rígidos e ríspidos, conseqüências de expressões usadas por pais ou professores, inadvertidamente, como: “você é a ovelha negra”, ou “você não aprende mesmo”. As atitudes de pessoas importantes na vida da criança podem beneficiar ou dificultar o desenvolvimento sadio de sua vida anímica ou psíquica, o que se manifestaria em repercussões tardias. (BURCKHARD, 2003).
Se nos primeiros sete anos de vida o ser humano aprende mais pelo olhar, a partir dos sete anos aproximadamente ele vai aprender, muito pelo ouvir . Portanto, a diretriz agora é a palavra, e o que a criança vai aprender e conhecer do mundo dentro da perspectiva da ética, moral e da religião será através do educador. A criança nesta faixa etária conhece os aspectos éticos, morais e religiosos através das palavras ditas pela autoridade. O que é belo para a criança vem do ambiente como gesto, comportamento e também palavras, é bom ou ruim para ela aquilo que revela nuances de simpatia ou antipatia expressa pela autoridade do educador.
Caso se queira implantar a educação ética-moral e religiosa através de regras abstratas para o caminho da criança, constatar-se-á uma aversão por parte da mesma. É necessário, portanto, criar imagens éticas e religiosa diante das crianças, evitando as abstrações e falando de forma concreta e imaginativa, usando imagens éticas e religiosa dos reinos vegetal e animal. Na Bíblia, por exemplo, temos a utilização deste recurso didático na parábola de Jotão, em Jz.9:07-15, onde várias árvores são mencionadas em um diálogo e, quando o salmista usa as aves para transmitir o seu ensino no Salmo 84:03. Jesus, por sua vez, irá ensinar verdades espirituais e religiosas a seus discípulos através de muitos exemplos extraídos da natureza ( Mt.6:26-31; Mt.13:31-32; Lc.13:06-09). Autores cristãos utilizaram muito deste recurso, tais como, J. R.R. Tolkien e C. S. Lewis. Portanto, quando deixa os animais e vegetais se confrontarem simbolicamente num relacionamento ético, há um agir benéfico para as crianças principalmente até os nove e dez anos.
Portanto, somente se alcança e educação ética - moral e religiosa durante o segunto setênio através de descrições onde a ética se torna visível, possibilitando assim o despertar do julgamento ético pelo que é sentido. Assim sendo, o importante é que a criança desta faixa etária desenvolva simpatia pelo o que é correto ética, moral e religiosamente e antipatia pelo aético, imoral e falso religiosamente e tudo isto por meio da imagem transmitida. Entretanto, não se trata de darmos diretrizes abstratas e mandamentos à criança, pois estas não atingem de maneira salutar a alma.O que vai determinar toda a formação moral dela é o que se estabelece como julgamento ético – moral e religioso através do sentimento, pelo caminho da simpatia e da antipatia
É importante frisar neste ponto, que os personagens bíblicos estão repletos de ensinos éticos-morais e religiosos através de suas histórias, com o qual os educadores poderão trabalhar a educação com relação a estes aspectos de forma muito rica e realmente influenciadora no que diz respeito a formação da criança como indivíduo. Os educadores cristãos devem encontrar palavras certas,devem ser artistas da fala, criativos e cheios de poesia, que consolidem assim a confiança da criança neles, pois o caráter ético-moral e religioso da criança, que ainda está em formação, será consolidado de maneira benéfica.
Como trabalhar em sala de aula na Puberdade
O ser humano desde o seu nascimento passa por alguns períodos de transformação biológica (repleção´´largura do tronco`` e estirão ´´aumento da extensão dos membros``); psicológica ( períodos com ênfase na volição, sentimento e razão) e social ( vários períodos: familiar, egoísta, sociável, interiorizado, grupal). Estes períodos se trabalhados educacionalmente de forma saudável, permitirão ao ser humano desenvolver de forma saudável o seu pleno desenvolvimento corporal, anímico e espiritual.
Tendo sido orientado a pensar de forma correta desde sua infância, a partir dos 14 anos, o jovem estará apto a elaborar raciocínios mais abstratos, sem no entanto obter cansaço mental, como a maioria dos jovens, desta idade.
Contudo, se até aos 12 - 14 anos, meninos e meninas tiveram um desenvolvimento integral ,quase que homogêneo, a partir deste época, as diferenças irão se acentuar. É o começo da puberdade, ou seja, das mudanças biológicas e fisiológicas que ocorrem geralmente para o sexo feminino entre os 9 e os 13 anos de idade e para o sexo masculino entre 10 e 14 anos de idade.
As meninas, neste período, estão mais amadurecidas tanto fisica como emocionalmente, e é sobre o amadurecimento emocional que prosseguiremos falando, ou seja, a partir deste momento a razão das meninas começa a ser mais predominantemente usada para o controle emocional, assim sendo elas demonstram mais segurança e consciência de si, aparentando assim um ar de mais maturidade, contudo, elas ainda são passionais e sonhadoras.É importante frisar que a educação deve ser sempre um processo lento, mas como se pode ver, na puberdade feminina, as transformações físicas são muita rápidas, o que causará mudanças psicológicas rápidas nas mesmas e isto precisa ser acompanhado com muito cuidado e carinho por parte dos educadores, pois as tensões emocionais das meninas nesta faixa etária serão mais fortes .
Em compensação, o jovem rapaz, vive mais intensamente uma explosão de sua vontade e emoção, tornando seus problemas mais agudos, a razão nele ainda está sendo amadurecida bem lentamente. O desenvolvimento interior do menino é mais lento no início da puberdade do que da menina, não possibilita ao mesmo colocar seus questionamentos, desejos, perguntas, dúvidas de forma mais lógica e segura como as meninas, tornando-o assim não compreendido e o fará refugiar-se dentro de si, o famoso ensimesmar-se , tornando-o as vezes cheio de medo de que outros possam penetrar na intimidade de sua solidão.
Quanto a questão da violência, em ambos os sexos, em geral são impertinentes e agressivos; mas a agressividade nas meninas é fruto de sua auto-segurança, como cuidadora de ´´seus próprios negócios``,e nos meninos a violência decorre de uma compensação da sua insegurança, oriunda em parte pela sua inabilidade na comunicação, o qual tentam pela violência e agressividade encobrir uma série de problemas, frustrações e dramas muito mais intensos do que nas meninas.
Biblicamente, para prevenir situações excessivas a partir dos 12 -13 anos, convém cultivar nos meninos a coragem, a sensação da própria força, porém colocando em contraponto, o servir e a liberdade vigiada para escolhas deliberadas por parte dos garotos (Lc. 2:39 -52; I Sm. 16:11) . Em alguns momentos para se despertar, cultivar estes comportamentos é necessário contrariar os meninos, como se pode ver no caso de Adonias (I Re. 1:05). Para as meninas é importante desperta-lhe a importância do apego as coisas divinas e uma dedicação ao serviço do próximo ( Lc. 1:39 -56).
Para o sucesso do processo ensino – aprendizagem nesta faixa etária, o educador não se pode valer da autoridade pela autoridade como na faixa etária anterior, mas antes procure administrar a autoridade sobre adolescentes a partir de sua capacidade intelectual, demonstrando pleno conhecimento do conteúdo que ensina e pela integridade moral, comportando-se da mesma maneira que ensina.
Nesta faixa etária o adolescente tem prazer em pôr em dúvida as opiniões dos outros, em questionar seus motivos, e caso o educador não tenha as características mencionadas acima, é certo que estes adolescentes irão se revoltar contra esta autoridade e assim recusarão admitir valores, critérios e ponderações cujo fundamento não tenham uma colocação lógica e viva, por parte do educador.
Por isto, caso o professor não consiga resistir ao exame impiedoso dos adolescentes, através do que é realmente intelectual e moral, estes cairão impiedosamente sobre ele, pois neste momento do desenvolvimento humano os jovens adolescentes querem honestidade e verdade, mesmo que isto implique na perda das ilusões humanas e de ideais.
É importante que o processo ensino-aprendizagem cristão nesta faixa etária seja permeado de atividades concretas e de dedicação ao próximo, sempre baseadas nos princípios bíblicos que ensinam sobre o comportamento verdadeiramente cristão diante e para a sociedade. Assim sendo, os ensinos em salas de aula, asilos, orfanatos, comunidades carentes, neste período, deveriam ser em ambientes que exijam postura diferente das acostumadas pelos adolescentes no seu dia a dia.
Conclusão
As ´´tecnologias`` sugeridas aqui, para serem aplicadas em sala de aula, somente terão ou mesmo atingirão algum resultado salutar , caso Professores e Pais (Escola e Família) entrem em um acordo onde haja uma única base de cunho pedagógico , ou seja, entre ambos os grupos deve existir um único objetivo quanto ao que é bom (certo) e o que não é bom para a formação integral das crianças nas faixas etárias trabalhadas neste artigo, e se isto ocorrer o mais cedo possível, os resultados a longo prazo serão muito mais satisfatórios.
As ´´tecnologias`` indicadas não são compostas de metais frios, plásticos sem vida e cálculos binários, na verdade são sugestões de práticas, atitudes humanas, olhando cada etapa do desenvovimento fisiológico e psicológico das crianças e para um dado contexto social onde as mesmas estão inseridas, o que significa dizer que são ´´tecnologias`` humanas que dependem muito das contigências intelectuais, emocionais e volitivas do ser humano relacionadas ao contexto histórico-social no qual a prática educativa está sendo trabalhada , assim sendo, tal prática apesar de ser estruturada, deve e pode ser sempre modificada em seu conteúdo, por isto mesmo, elas não são receitas pré-fabricadas.
Televisão, vídeo games e computadores devem ser proibidos ou permitidos a partir de uma base amparada em uma perspectiva epistemológica coerente com a Bíblia Sagrada e com as descobertas realmente científicas que não estão a serviço de empresas de hardwares e softwares, e baseada na informação e no conhecimento a respeito das influências dos mesmos meios citados acima sobre aqueles que foram alvo deste artigo.
Por fim, é importante lembrar que as tecnologias sugeridas embora sejam de baixo custo exigem por parte do professor um amplo apego ao estudo e conhecimento do ser humano como sujeito e não como objeto, muita paciência e dedicação ao ato de ensinar e aos alunos e verdadeiro amor pela atividade e por isto uma verdadeira vocação para a docência, diferente das outras tecnologias, que até uma criança dos dias atuais conseguem manusear, baseadas em materiais sem vida, que na verdade servem mais para efeitos de entretenimento do que educativos.
ABRAÇO
Elias
Bibliografia
· Bíblia Sagrada. ERC, Sociedade Bíblica do Brasil, 1989.
· LAMEIRÃO, Luiza Helena T. Criança brincando! Quem a educa? São Paulo, Editora João de Barro, 2007.
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