domingo, 12 de dezembro de 2010

Curiosidades sobre a tecnologia (Textos Pedagógicos)


As tecnologias acompanham o ser humano desde os tempos mais remotos. Caracterizo tecnologia, como toda invenção humana  com um propósito definido, quer seja ela um objeto concreto ou uma atividade intelectual que permite ao ser humano melhor interação social  e facilidades nas diferentes situações no seu dia a dia. Isto é, a tecnologia é uma realização humana, pragmática, teleológica e social.

Desta  forma, a tecnologia está atrelada tanto a ferramentas, instrumentos, máquinas, construções,  utensílios,  como ao alfabeto, matemática, oratória, retórica,  filosofia, estilos literários, artísticos , etc...

Por mais rudimentar que possa parecer a invenção humana, como por exemplo, uma alavanca, uma machadinha de pedra, uma roupagem de folhas ou mesmo peles de animais,  gravetos  de madeira sendo esfregados para se obter fogo, tudo isto é tecnologia.  Pois, está impregnado de realização racional e empírica  humana, de funções pragmáticas, de finalidades e facilitações para o relacionamento interpessoal. 

Após esta rápida introdução, será apresentado neste primeiro artigo relacionado a ´´curiosidades sobre a tecnologia``, como o A-E-I-O-U,  chegou a ser organizado nesta ordem. Afinal, quem inventou  a  história de que esta é  a ordem ´´natural`` das vogais ?

É bom frisar,  que tanto as letras de caráter fonético, assim como o alfabeto originado a partir destas letras, foram  uma das mais importantes e modificadoras tecnologias surgidas na História da Humanidade. Marshal Mcluhan, afirmou sobre a escrita fonética: ´´ A separação única que introduzem entre o som e a visão, de um lado, e o conteúdo verbal e semântico, de outro, os transformaram na mais radical das tecnologias, no sentido da tradução e homogeneização das culturas. Todas as demais formas de escrita sempre serviram a uma única cultura, bem como a distingui-las de outras. Só as letras fonéticas podiam traduzir, ainda que grosseiramente, os sons de qualquer língua para um só e mesmo código visual.``(Mcluhan, p.106, 2005) assim sendo, Mcluhan, ainda esclarece que ´´ o alfabeto fonético, com apenas poucos sinais, pode abranger todas as línguas. Tal realização, no entanto, implicou na separação de ambos os signos, oral e visual, de seus significados semânticos e emocionais. Nenhum sistema de escrita jamais havia realizado um tal efeito.``(Mcluhan,p.107,2005)

Tendo suscintamente abordado a relevância da escrita fonética, não será possível descrever como cada letra do alfabeto chegou até nós neste momento, tanto vogais como consoantes, em outro artigo será trabalhado este interessante assunto, agora portanto, cabe descobrir como as vogais fonéticas que conhecemos hoje adquiriram sua organização.

Nos meados  do século XV, Frederico III , de Habsburgo foi coroado imperador germânico na cidade de Roma, em 1452. Na verdade, esta era somente uma coroação para manter as tradições antigas, muito respeitadas naquele período, pois na verdade seu poder nos limites de suas terras, estava abalado por disputas familiares  e o império estava muito fracionado em incontáveis interesses particulares. Antes, ainda como duque, ele havia inventado, com as vogais do alfabeto o signo A.E.I.O.U, que ele próprio interpretava indicando a vocação universal da Aústria (Por acaso, isto nos faz lembrar de um outro austríaco da primeira metade do século vinte). O A.E.I.O.U do duque Frederico  III significava,´´ Austriae Est Imperare Orbi Universo, ou Alles Erdreich Ist Oesterreich Untertan ( Todo Reino da Terra está subordinado à Austria). 

Após retirar-se de Viena e  se dirigir  à Linz para passar seus últimos dias, mandou cinzelar estas cinco letras no brasão, acima do portão do castelo.

Assim surgiu a sistematização, a organização do  nosso  A-E-I-O-U, através de um Estadista e não de um Educador - Alfabetizador!

Abraço
Elias

Bibliografia
Mcluhan, Marshal : Os meios de comunicação como mediações humanas, São Paulo,Ed. Pensamento Cultrix. 2005
Baur,Alfred: O sentido da Palavra: No princípio era o verbo, São Paulo,Ed. Antroposófica. 2004

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